Redação: Carta


Oi, gente! Sei que andei meio sumida (ops!). Mas voltei com uma redação que fiz um tempinho atrás. A proposta da redação era fazer uma carta ao seu maior medo, então segue aqui minha carta:

Santo André, 30 de novembro de 2017

Olá Morte,
Sei que encontrá-la é inevitável, sei que todos nós um dia receberemos seu abraço independente das riquezas ou do intelecto, um dia você nos fará uma visita. Já ouvi relatos de pessoas que te olharam nos olhos, deram um tapa na sua cara, viraram as costas e voltaram, mas não é isso que acontece na maioria dos casos. Na maioria dos casos você os envolve e os leva contigo. Não me tome por uma tola, sei que um dia as pessoas devem ir,  sei que um dia as pessoas têm  de dar seu adeus, eu sei! Mas não é fácil.
Me desculpe, esqueci de me apresentar, eu sou a Maria Luísa, tenho dezessete anos e gostaria de informar que você, Senhora Morte, tomou de mim algumas pessoas, pessoas com quem eu realmente me importava, e que, quando se foram, deixaram um vazio dentro de todos que se importavam com elas, sofrimento, angústia, sentimentos difíceis de explicar, mas quando a senhora vem, implacável, tudo o que cabe a nós, mortais, é aceitar.
Me lembro quando perdi um ente querido pela primeira vez, eu era muito pequena, mas me lembro claramente da minha confusão diante de tudo aquilo, não entendia o motivo que levava a minha tia a tão horrível destino. Porque ela? Uma pessoa tão carinhosa, tão boa! Por quê? Alguns anos depois você  levou outra pessoa, minha prima, uma menina jovem e cheia de vida. Ela tinha muito mais pela frente, mas você a puxou pelo braço e a levou contigo. Anos depois meus avós maternos em um período de tempo tão curto. Um choque para todos nós e aquele sentimento horrível e inexplicável de perda.
Sei que nosso destino é traçado assim que nascemos e temos consciência  de que um dia nosso dia chegará, essa é a nossa certeza. Também sei que não é culpa sua, você  só faz o trabalho sujo. O meu consolo é saber que eles foram muito felizes aqui, que tiveram ótimas experiências, e que eu fiz parte disso, eu os amei. Eles partiram pois já haviam cumprido sua missão aqui. Me conforta lembrar daqueles momentos que passamos juntos. Temo que isso aconteça com mais alguém próximo, é algo que tenho que afastar da minha mente, é algo que não controlo e não posso impedir, portanto cabe a mim aproveitar cada momento ao lado dessas pessoas – algo que aprendi com a senhora.

Espero não encontrar-te tão cedo,
Malu.

Comentários

  1. Adorei o texto. Tbm temo a morte. Nossa certeza mais tenebrosa.

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