Resenha: Peaky Blinders - A gangue na Inglaterra do século XX
Já fazia algum tempo que eu tinha adicionado essa série na
minha lista de séries para assistir, mas sempre acabava passando reto por ela
no imenso catálogo da Netflix por motivos que desconheço, uma vez que a
história havia me chamado a atenção. Acontece que eu resolvi iniciar a série e
devo dizer que foi uma excelente escolha! A série é melhor ainda do que eu
esperava! E nesse post vou explicar os motivos.
Para aqueles que não conhecem o enredo, Peaky Blinders se
situa na Inglaterra de 1919, pós 1ª Guerra Mundial, e acompanha a família
Shelby. A história da série é inspirada nas gangues que surgiram no pós-Guerra,
e, na trama, a gangue dos Peaky Blinders é reconhecida pelas roupas, andam
sempre muito bem vestidos e elegantes, com seus ternos e coletes sob medida.
Além disso, sempre com suas boinas com lâminas, marca registrada da gangue,
usadas geralmente para atacar os inimigos na altura dos olhos. Os Shelby ganham
seu dinheiro a partir da manipulação em apostas de corridas de cavalos e
algumas outras atividades ilegais, como roubo de mercadorias.
Motivos para assistir:
O Elenco
Na trama, o líder dos Peaky Blinders é o gângster Thomas
Shelby, interpretado por Cillian Murphy. O ator já participou de longas como
Batman Begins, A Origem e Dunkirk. Cillian interpreta o líder da gangue de
maneira magistral, sua atuação na série é um dos pontos altos da trama, e nos
apresenta um personagem com nuances e camadas dramáticas, assombrado por suas
memórias do tempo em que lutou na França durante a Grande Guerra em contraponto
com o frio e inteligente líder de uma das gangues de maior influência em
Birmingham, na Inglaterra.
Vale também ressaltar a grande atuação de Helen McCrory, que
interpreta a tia Polly. Polly ficou na liderança das atividades da gangue
durante a guerra, e é uma mulher independente e durona, com uma personalidade
forte, embora bondosa e gentil. Helen nos presenteia com uma atuação impecável
de uma personagem aterrorizada por um passado nebuloso e doloroso, carregado
por memórias amargas, além de possuir uma inteligência ímpar, sendo o braço direito de
Tommy.
Também temos o ator Paul Anderson, que interpreta Arthur
Shelby, o primogênito. Paul encarna um Shelby que batalha com seus demônios
interiores e que apresenta um dos maiores desenvolvimentos de personagem na
trama. O ator consegue nos transmitir com sinceridade cada fase de seu
personagem e de seu arco dramático.
A Trama
Desde o primeiro episódio nos deparamos com a ambição e a
inteligência de Thomas Shelby (ou Tommy, para os íntimos). E, ao longo da
primeira temporada, Tommy já demonstra sua capacidade estratégica para
transformar uma situação ruim em algo à seu favor.
Ao longo da série, as individualidades de cada personagem
são exploradas e seus arcos são construídos individualmente. A série é
desenvolvida rapidamente e logo no primeiro episódio já nos encontramos
submersos na Inglaterra do século XX, em pleno pós-Guerra.
Os Shelby possuem uma disfuncionalidade familiar magnética,
e, embora possuam diversos problemas, sempre estão juntos.
A Trilha Sonora
A trilha sonora de Peaky Blinders é um show à parte. A
combinação de músicas com ritmos e composições atuais em uma ambientação do
século XX pode parecer simplesmente absurda, mas em Peaky Blinders realmente
funciona, aliás, funciona muito bem. A costura entre as cenas e a trilha sonora
é impecável, e é possível assistirmos um Shelby com sua boina característica e
terno sob medida batendo em um integrante de uma gangue italiana ao som de Crying
Lightning do Arctic Monkeys.
A série é uma boa pedida para quem curte histórias baseadas
em fatos históricos e ela nos coloca em contato com com a realidade e o modo de
vida da Inglaterra no pós-Guerra. É uma série com uma trama um tanto complexa e densa, portanto não é exatamente aquele tipo de série que você assiste
para passar o tempo, é daquele tipo “piscou, perdeu algo importante”. Mas é
muito atrativa e vale muito uma maratona para já ficar viciado no universo de Peaky Blinders.
É também boa para passar o tempo nesse período em que o mais
recomendado é ficar em casa e, se possível, ficar de quarentena para tentarmos
conter o avanço do novo coronavírus, o COVID-19.
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